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Passos para a perfeição


UNIRIO - URCA - Rio de Janeiro, 01/08/2013

Todos vocês acabaram de ouvir um pouco do que os devotos estavam falando, e eles falaram sobre qual é o significado da vida.

Vocês escutaram o relato de que nós temos muitos conhecimentos sobre química, matemática e sobre muitas outras faculdades, mas esses conhecimentos, às vezes, são inúteis para a vida. Isto porque, nesta forma de vida humana, nós devemos nos perguntar sobre coisas espirituais, como, por exemplo, o que é a alma e a Super Alma.

Comer, acasalar, dormir e se defender são quatro atividades comuns à vida humana e à vida dos animais, pássaros e etc. Mas vida humana significa ter que se perguntar: quem sou eu, para que vim a este mundo material, qual é o meu dever e o meu papel?

Tanto os homens quanto os animais procuram abrigo e comida. Mas nossa questão é ressaltar que, o que realmente importa para a vida humana é perguntar sobre coisas espirituais e nossa meta é saber como dar amor e afeição aos outros. Nosso objetivo não é apenas desfrutar e satisfazer os nossos sentidos, pois os animais também desfrutam e gratificam os sentidos. Nossa verdadeira meta é realizar, é compreender verdadeiramente quem é Deus, o que é Deus e qual é a natureza da alma.

A palavra Deus em inglês é GOD, G de gerador, O de operador e D de destruidor. Isso significa que todas as coisas são manifestadas por Deus, nutridas por Deus e destruídas por Deus.

O corpo é temporário e um dia será destruído, mas a alma dentro do corpo é eterna e transcendental.

Ser ateísta ou não, esse não é o nosso assunto aqui. Nosso corpo funciona porque a alma habita o corpo; isso é verdade. A ciência espiritual pesquisa estas coisas, por exemplo, se algo existe é porque a natureza está lá dentro. Veja a água: ao existir a água, automaticamente, a natureza espontânea está dentro dela. Qual é a natureza da água? A natureza espontânea da água se expressa de muitas maneiras, mas ela tem sua forma líquida e vai para baixo. Se você a solta ela cai, mas quando ela fica a menos 0ºC ela se solidifica e vira gelo, mas o que é o gelo? É a mesma coisa que H2O. Ao mudar a forma da água, damos um nome diferente, mas se nós colocarmos esse gelo em uma alta temperatura ele vai derreter e vai voltar a ser água líquida. Da mesma maneira, a alma, condicionada pela matéria, iludida pela potência ilusória (maya) do Senhor, está completamente esquecida de sua verdadeira e espontânea natureza. Então, nossa ciência espiritual explica que a verdadeira natureza da alma é servir ao Senhor, a Deus.

jīvera ‘svarūpa’ haya — kṛṣṇera ‘nitya-dāsa’

kṛṣṇera ‘taṭasthā-śakti’ ‘bhedābheda-prakāśa’

sūryāṁśa-kiraṇa, yaiche agni-jvālā-caya

svābhāvika kṛṣṇera tina-prakāra ‘śakti’ haya

(Caitanya-caritamrta, madhya-lila 20.108-109)

Este verso significa que todas as entidades vivas são servas eternas do Senhor. Contudo, agora, por estarmos neste estado condicionado à natureza material, nós nos esquecemos inteiramente da nossa verdadeira natureza e aceitamos concepções corporais, tais como: “eu sou um homem; eu sou uma mulher”; e muitas outras identificações corpóreas aparecem. Mas, quando nos mantemos na companhia de sábios, pessoas santas, e entramos na filosofia, podemos realizar por nós mesmos que nós não somos este corpo, somos alma e que a nossa verdadeira natureza é servir ao Senhor.

Por exemplo, você diz: “este é meu corpo”. Mas, você não diz: “eu corpo”, assim como você não diz: “eu casa”; você diz: “minha casa”. Isso significa que essa casa pertence a você e você está dentro dela. Da mesma forma, quando eu digo: “meu corpo", isso significa que a alma reside dentro corpo. E aquele que diz: isso é meu, é a própria alma (atma).

Nos Shastras (escrituras sagradas da Índia), se diz que temos que tentar realizar e compreender quem sou eu. Portanto: Quem é você? O que você está fazendo neste mundo? E depois da morte, para onde você vai?

O que quer que você esteja vendo, talvez amanhã não o veja mais. Agora nós estamos vendo nossos amigos, mas, daqui a alguns anos, nós não os veremos mais. Então, tente entender que este corpo é temporário. Um dia, você vai abandonar este corpo e irá para outro corpo, e isso se chama transmigração da alma. Passamos por diferentes espécies de vida, diferentes corpos e, em cada um deles, se adquire um certo hábito ou uma certa cultura. Porque essa é a Natureza, quando se está naquele corpo toda a cultura em volta irá para você e você irá assimilar aquilo. Mas, na verdade, nós somos eternos habitantes da morada transcendental chamada Goloka Vrindavana. Agora, nós esquecemos disso e, por isso, estamos aqui neste mundo material. Nós nos esquecemos completamente do Senhor, pensamos que essa é nossa primeira vida e assim desfrutamos, satisfazendo os nossos sentidos com o que está a nossa volta.

Devemos perguntar sobre essa filosofia, quem sou eu? Feche seus olhos, sente-se em algum lugar, feche as janelas, portas e medite, que automaticamente virá uma realização sobre você. Você deve meditar em: "quem sou eu?”; “qual é minha verdadeira relação com meus parentes e amigos?

No Bhagavad-gita, Krsna diz a Arjuna: Oh, Arjuna! Agora você os está vendo; antes, você não tinha relação com eles e no futuro você também não terá. Por que você está se lamentando? Por que está apegado a eles? Fazer estas perguntas ao seu coração trará a resposta automaticamente. Isto se chama autorrealização, e, assim, sua mente ficará tranquila, muita paz virá ao seu coração.

Se sua mente não está calma, tranquila e concentrada, então você terá muitos sofrimentos.

Nossa ciência explica que, primeiramente, devemos controlar a mente, mas isso é algo muito difícil, pois ela é muito inquieta. Agora vocês estão sentados aqui, mas a sua mente é capaz de viajar ao redor do mundo, sem visto e sem passagem e em todos os lugares ao mesmo tempo. Às vezes, você pensa coisas boas, às vezes, coisas ruins; a mente funciona muito rápido. Assim nos perguntamos como nós vamos controlar a nossa mente, e por essa razão, muitos filósofos discutem sobre muitos assuntos como yoga, austeridade, etc., mas mesmo assim, não dá para controlar a mente.

Era uma vez um rei que tinha um bode e ele anunciou para o seu reino que quem conseguisse satisfazer completamente ao bode, ele daria um prêmio. Então, apareceu uma pessoa e disse que levaria o bode e que iria passar a noite com o bode. Aí, o rei concordou: “você pode pegar o bode, mas, amanhã cedo, traga-o de volta, pois irei testar você para ver se realmente conseguiu satisfezê-lo ou não.

Quando você está satisfeito você não tem vontade de comer, você pode tomar um copo de suco ou dois, três, mas depois de dez copos você não vai querer mais, dirá que está satisfeito. Desta forma, na manhã seguinte, aquela pessoa trouxe o bode à frente ao rei. Durante a noite ele alimentou o bode com grama macia e verdinha até o estômago do bode ficar muito cheio. Vocês sabem que o bode está sempre mastigando, então quando o rei pegou um pouco de grama para oferecer ao bode, ele novamente começou a comer. O rei ficou muito bravo e disse: “olha só, este bode ainda não está completamente satisfeito, você é desqualificado”. Então, o rei expulsou aquela pessoa. Depois apareceu uma pessoa santa e disse ao rei: “dê-me seu bode que vou tentar satisfazer o estômago dele”. Assim, essa pessoa santa levou o bode ao local onde vivia e, no dia seguinte, o entregou ao rei, mas seu estômago estava completamente vazio. Então, o rei perguntou: “você não deu grama para o bode comer? Olhe, o estômago dele está completamente murcho”. E o santo disse: “rei, vossa majestade não poderia primeiro testar para ver se ele come ou não? Quando o rei ofereceu grama ao bode, este virou sua cara.

Assim como, quando você bebe muito suco, se alguém te oferece mais, você diz, não, não, obrigado.

Então o santo disse: “está vendo? Ele está completamente satisfeito, pois ele não quer mais nada”. E o rei perguntou: “você falou algum mantra? Tem algum poder místico?”

E o santo respondeu: “não, não é nada disso”. Então, o rei disse: “por que ele não está mais comendo?” O santo, respondeu: “não, não é nada disso. Escute, durante toda a noite eu fiz um tipo de prática com este bode. A noite toda eu coloquei grama na frente do bode e assim, toda vez que ele vinha pegar a grama, eu ameaçava bater em sua cara com uma vara para que ele não comesse. Aí, ele ficava com medo e não comia. Agora você está oferecendo grama ao bode e ele está entendendo que vão bater nele e por isso ele vira a cara”.

O significado dessa história é que nunca vamos conseguir satisfazer completamente os nossos sentidos, e também não estaremos completamente felizes por satisfazer os nossos sentidos. Mas todos os sentidos automaticamente vão em direção de desfrutar e se satisfazer com os objetos dos sentidos. Mas se nós punirmos nossos sentidos pegando as escrituras, os Shastras, será como pegar a vareta. Com essa vareta, que são as escrituras sagradas da Índia, nós podemos controlar nossa mente e, assim, nossos sentidos ficarão completamente controlados.

A nossa mente é a causa que nos aprisiona neste mundo, mas também é a causa da libertação deste mundo.

Nossa ciência espiritual explica como controlar a nossa mente, esse é o processo. E de uma maneira muito simples, Sri Caitanya Mahaprabhu ensinou que se nós quisermos realmente controlar a nossa mente, então, basta apenas cantar os santos nomes do Senhor Supremo. Porque o Senhor investiu toda a Sua potência nestes santos nomes e por isso eles são tão poderosos. Seremos felizes cantando os santos nomes. Nossos mestres espirituais falam: cante os santos nomes e seja feliz. Se vocês querem ser felizes eternamente, por favor, cantem os santos nomes! Assim muita energia virá ao seu corpo e à sua mente.

Bem, eu não quero tomar muito de seu tempo, então por alguns minutos cantem os santos nomes e vocês perceberão por si mesmos o quanto ficarão felizes: Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare. Os doces nomes do Senhor são estes!

Quer você seja advogado, chefe de família ou estudante, cantando os santos nomes, você será feliz.

(Agradecimentos: Maharani didi de São Paulo e Ananga Manjari didi do Rio de Janeiro)

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